Feridas na Alma – Ponderações & Considerações acerca dos Presidenciáveis 2014

20140526_161242Domingo, dia 5 de Outubro 2014, cumprimos o dever cívico de escolher quem nos representará no papel de Presidente da República, da nossa República e ontem, assim como muitos brasileiros investi tempo, ainda que cansada e com sono, para ouvir o que traziam os candidatos.
Depois de um breve espaço minha imaginação me reportou a um lugar incomum para uma situação dessas: a infância daquelas pessoas e me vi diante de várias indagações, muitas mesmo.
Como foram aquelas crianças, em que ambiente nasceram, como foram acolhidas, educadas, confortadas, corrigidas, surpreendidas, encantadas, desiludidas, frustradas e quero começar pela frustração que nos torce, retorce contorce.
Pude enxergar cada um dos nossos Presidenciáveis. Minha percepção e imaginação coletaram juntas coisas interessantes no olhar de cada um, mas o mais importante não enxerguei: a vontade real de cuidar, de compartilhar responsabilidades com uma nação que anseia equivocadamente por um Salvador, embora saibamos que a salvação é individual e que cada um precisa cumprir sua parte sem ganância, esperteza ou vontade de se “dar bem”, não alcancei compaixão, preocupação, disposição real de dizer não a articulações nocivas por amor à causa Brasil.
Vi pessoas preparadas para dizer o que uma fatia da nação crédula na possibilidade de viver sem ônus, cercada de gratuidade em todas as instâncias; vi o esforço em adivinhar o que os desvalidos, os excluídos, os destituídos, as tantas vítimas que existem ou mesmo, as que gostam de existir e as que se esforçam para vestirem essa indumentária, afinal no Brasil esse é um dentre os melhores personagens do roteiro ‘EXISTIR” e essa destaco, é uma percepção muito particular.
Mas voltando às feridas da alma, olhando nos olhos e no olhar de cada presidenciável vi o olhar infantil aflito por agradar, desafiar, confrontar, persuadir, se arrogar de algo que na verdade traduzia um terrível medo de ser descoberto inofensivo ou mesmo ofensivo como ponderaria nosso doce querido Caetano Veloso.
Vi dor de abandono, rejeição, mágoa, verdade absoluta, desconexão, dor da desqualificação, uma herança e sina a cumprir, cascas, cascas e cascas.
Um grande ato, cena um, dois, três e as máscaras não caíram, sequer demonstraram respeito por milhões de telespectadores.
Promessas sem sentido, base ou fundamento. Negar o visível, explicar o inexplicável, justificar o injustificável, prometer, prometer, prometer.
Aécios, Dilmas, Eduardo, Everaldos, Levis, Lucianas, , Marinas, vocês representam as suas angústias, temores, vaidades, arrogâncias, mágoas, sonhos lunáticos, raivas, pirraças, rejeições, mas jamais, no meu sentimento, o povo brasileiro.
Em nenhum momento vi no olhar de algum de vocês o desejo real de servir, de compreender que somos uma nação miscigenada, diversa, calejada por tantos desmandos, corrupção e desrespeito. A história de vocês é talhada de desarranjos, marcas que depõem contra o que se entende por moral e saudável. Um usa o credo, o outro a mazela do oponente, outro acusa deselegantemente, não sabendo argumentar em fatos que possam engradecem essa nação nascida gigante. Pelo contrário, pareciam meninos birrentos, pirracentos querendo prevalecer na prova de cuspe à distância no ensino fundamental. Cada um pensando e olhando para seu próprio umbigo
Hoje vou ter um sono atribulado, pois sei que meu Brasil, nosso Brasil é rico. Sei o quanto pagamos de impostos. É um buraco sem fundo.
Sabe-se que os hospitais, por mais que sejam inaugurados não estão sendo usufruídos pelas comunidades em sua plenitude. Mais e mais unidades inauguradas, menor a competência física e profissional para acolher os necessitados. As lacunas são preenchidas por empresas de saúde que se torna na atualidade um segundo engodo.
Sabe-se que as escolas públicas sejam estaduais ou municipais remuneram insuficientemente quem é responsável pelo alicerce para sustentação da fundamentação do que virá a ser a EDUCAÇÃO, CIDADANIA? Educação é assim, igual a construção civil onde o plano, o projeto bem fundamentado evita problemas futuros. Se essa estratégia fosse aplicada políticas compensatórias seriam desnecessárias. Cremos na inteligência e competência de todas as etnias desde que recebam condições semelhantes ainda na mais tenra infância. Até quando nos enganaremos com termos politicamente corretos, com lutas que ressuscitam um passado por meio de compensações. O que se precisa compensar é porque não foi feito na hora que precisava.
Enquanto isso, esses temas tornam-se matérias e argumentos políticos infundados que não levam a nação para lugar algum. Os políticos brincam, aumentando seus salários a bel prazer e o salário mínimo é ínfimo. Dessa autonomia compreendo muito pouco. Pois se para ingressarem no cargo público precisam do nosso voto, como não precisam da nossa anuência para aumentar os salários deles, aprovar os orçamentos e ações?
Quanto as obras caríssimas das Câmaras, as licitações correm sem a população ser envolvida. Aonde é o freio?
Corrigir, consertar é melhor que fazer certo, dá mais dinheiro, propina, não é políticos?
Sei que os honestos são via de regra constrangidos, lesados, ficarem com cara de ah é! Como sei que quem não cumpre o estabelecido para um convívio humanamente aceitável, se rebela, descumpre normas é exaltado, inclusive ganhando muitas vezes espaço na mídia, recebendo louros e louvor, cumprindo pena em mansões com piscinas, saunas e alimentação balanceada, pagando uma multa de R$12.500 de fiança, quando na mídia aparece dizendo que tem 10 motoristas e perguntando a população se tem culpa de ser milionário, toda a cena completamente alcoolizado, ele e o filho em plena Praia do Canto na cidade de Vitória/ES. quando .
Clama-se por Justiça, mas ela, segredou que por vergonha, mudou do solo brasileiro. Hoje nos rodeia muito cinismo, desencontro, desarranjo, desvalor, vergonha.
Sabe-se que a paz, segurança não mais será garantida, pois a impunidade e os desencontros prevalecem. As instâncias federal, estadual, municipal não se complementam em prol do cidadão.
Há que se refletir sobre o poder que cabe a cada um, sobre formas escusas de agir, tão ou mais assustadoras que AQUELES que decidem viver contra a maré, pelos atalhos e caminhos da obscuridade. Óbvio que existem EXCEÇÕES, mas são EXCEÇÕES.
Resumindo, Educação, Saúde e Segurança são temas tratados como carochinha, como promessas vazias, sem uma proposta que parta da base, do real, viável, factível.
Voltando aos Presidenciáveis, digam-me como pessoas que não estão inteiras com imensas feridas na alma podem gerenciar e zelar por uma nação. De tantas pessoas e situações limítrofes?
Dia 26-10 chegando e toda sorte de pensamentos, temores, confrontos haverão de acontecer nas redes sociais, nos papos de mesa, ou mesmo sem eira nem beira.
O fato é que precisamos ser plenamente realistas e responsáveis com as escolhas feitas, caminhos e direções percorridos.

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