Impermanências do Dia a Dia

Às vezes, tudo parece em ordem: a rotina funcionando, as pessoas por perto, os planos nos trilhos. E, de repente, uma mudança. Uma notícia. Um silêncio. Um adeus. Algo escapa do controle e nos lembra — com força — que nada permanece igual por muito tempo.

A impermanência não é um castigo. Ela é o fluxo natural da vida. Está no cabelo que embranquece devagar, no filho que muda de escola, na amiga que muda de cidade, no trabalho que já não faz mais sentido. Está no celular que quebra, no ônibus que atrasa, no pão que não deu certo. As pequenas e grandes mudanças nos visitam todos os dias — algumas discretas, outras escancaradas.

E mesmo assim, resistimos. Queremos estabilidade, garantias, previsões. Mas viver é transitar entre fases, entre inícios e finais. É aprender a recomeçar mesmo sem saber exatamente como. A impermanência nos ensina que o valor das coisas não está na sua duração, mas na forma como as vivemos.

Quando aceitamos que tudo pode mudar, e que não podemos controlar todos os aspectos nas várias dimensões que a vida nos apresenta nos tornamos mais leves, mais flexíveis, mais gentis. Deixamos de exigir tanto dos outros — e de nós mesmos. Passamos a valorizar o agora com mais presença e verdade.

A pergunta que fica é: o que você tem feito com o que ainda está ao seu alcance?
Porque o tempo passa. E tudo passa com ele. Mas a forma como vivemos pode deixar marcas que permanecem.

A Importância das Mulheres Comuns no Dia Internacional da Mulher

Estas são as queridas Sandra e Eliana que participaram maravilhosamente nos bastidores do Psicologia Sem Fronteiras – PSF 2024 em Alphaville – Barueri – SP.

O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma data simbólica, mas um momento para refletirmos sobre a força, a dedicação e a importância das mulheres que constroem, silenciosamente, o dia a dia da sociedade. Mulheres que, muitas vezes, não são reconhecidas pelo impacto que têm, mas que sustentam lares, movimentam a economia e cuidam das vidas ao seu redor. A esposa que equilibra trabalho e família, a mãe que doa amor sem medidas, a filha que cuida dos pais idosos enquanto constrói seu próprio caminho.

Essas mulheres estão em toda parte: na cozinheira que alimenta histórias e memórias, na manicure e cabeleireira que, além de cuidar da beleza, escutam e aconselham com carinho, na vendedora e balconista que recebem cada cliente com um sorriso sincero, na auxiliar de serviços gerais que garante um ambiente limpo e organizado para todos. São essas mãos femininas que tornam o mundo mais acolhedor, e seu trabalho, muitas vezes invisível, é o que mantém a engrenagem da sociedade em movimento.

No entanto, ainda enfrentamos um cenário onde a desigualdade persiste, e muitas dessas mulheres seguem carregando sobre si múltiplas jornadas sem o devido reconhecimento. O Dia Internacional da Mulher não deve ser apenas um momento de homenagens superficiais, mas uma chamada à valorização diária. Respeitar, apoiar e oferecer oportunidades a essas mulheres é a verdadeira celebração.

Que este dia sirva para lembrar que cada uma dessas mulheres, independente de sua função, tem valor inestimável. Que não seja apenas sobre flores e discursos, mas sobre ações concretas que garantam dignidade, respeito e reconhecimento. Porque ser mulher é, todos os dias, um ato de coragem e transformação. 🌸✨

Festividades & Fadiga no Cotidiano

As festividades são parte integrante da nossa cultura e cotidiano. Elas celebram momentos importantes, marcam conquistas e oferecem pausas para respirar em meio à correria diária. Em contraponto, a fadiga surge como sinal de alerta do corpo e da mente, indicando que o ritmo imposto pode estar além do limite saudável. Festividades e fadiga, embora opostos em conceito, frequentemente se encontram na prática.

Enquanto as festividades propõem alegria e conexão, a fadiga revela cansaço e esgotamento. Essa contradição ocorre porque, muitas vezes, o esforço para participar ou organizar as festas é tão grande que rouba o benefício do descanso. Além disso, o consumo excessivo de alimentos, bebidas e o rompimento do ritmo de sono podem gerar efeitos colaterais indesejados.

Os feriados, por sua vez, têm vantagens claras: promovem pausas coletivas, possibilitam o convívio familiar e oferecem tempo para lazer. No entanto, se preenchidos de compromissos excessivos, eles deixam de cumprir sua função restauradora e se tornam mais uma fonte de fadiga. Em contrapartida, o ócio — entendido como o tempo livre produtivo ou criativo — é essencial para restaurar energia e permitir reflexões importantes sobre a própria vida.

A fadiga, quando ignorada, pode desencadear problemas de saúde física e mental. Perder a capacidade de desfrutar do tempo livre, sentir culpa por descansar e não conseguir se desconectar são sinais de alerta. É necessário refletir sobre o uso do tempo e a real função do descanso.

Cinco dicas para rever comportamentos e priorizar o descanso são:

  1. Reserve parte dos feriados para descanso real e sem agenda.
  2. Crie micro-rituais de relaxamento diários.
  3. Aprenda a dizer não para convites que sobrecarregam.
  4. Identifique atividades que realmente recarregam sua energia.
  5. Valorize o silêncio e o ócio, sem culpa.

Imagem: www.passeios.or

Senhor Medo do dia a dia!


O medo é uma emoção universal que exerce grande influência sobre nossas escolhas e comportamentos diários. Desde a infância, somos condicionados a temer o desconhecido, o fracasso e até o julgamento social. Embora essa emoção seja frequentemente associada a limitações, ela também pode desempenhar um papel positivo, servindo como um mecanismo de alerta para perigos reais e incentivando um planejamento mais cuidadoso de nossas ações. 

Do ponto de vista neurobiológico, o medo é resultado de mecanismos cerebrais primitivos que garantiram a sobrevivência humana ao longo da evolução. Diante de uma ameaça percebida, a amígdala – estrutura cerebral responsável por processar emoções – é ativada, desencadeando reações como ansiedade, fuga ou paralisia. Embora essa resposta seja essencial em contextos de risco iminente, pode tornar-se disfuncional quando nos impede de agir em situações que exigem coragem e discernimento. 

No cotidiano, essa dinâmica se manifesta de diversas formas. Um profissional pode evitar buscar uma promoção por receio de não estar à altura das expectativas. Um estudante pode adiar a entrega de um trabalho acadêmico por medo da avaliação negativa. Até mesmo decisões simples, como iniciar uma conversa difícil ou experimentar uma nova atividade, podem ser impactadas pelo temor do desconhecido. 

Exemplos históricos ilustram como diferentes figuras lidaram com o medo: 

– Galileu Galilei desafiou a Inquisição ao defender a teoria heliocêntrica, enfrentando a possibilidade de punição severa em nome do conhecimento científico. 

– Nelson Mandela converteu o medo da opressão em uma força propulsora para a resistência contra o apartheid, tornando-se símbolo da luta por justiça. 

– Em contrapartida, regimes autoritários como os de Hitler e Stalin exploraram o medo como ferramenta de manipulação e controle social. 

Para administrar o medo de maneira produtiva, algumas estratégias podem ser aplicadas: 

1. Autoconhecimento– Identifique os gatilhos do medo e compreenda sua origem. Questionar se o receio é baseado em fatos concretos ou em suposições pode ajudar a reduzir sua influência. 

2. Enfrentamento gradual– Expor-se progressivamente a situações temidas, como falar em público ou tomar decisões difíceis, fortalece a confiança e a resiliência. 

3. Resiliência emocional– Desenvolver uma mentalidade de crescimento permite enxergar desafios como oportunidades de aprendizado, em vez de ameaças. 

4. Apoio social– Contar com mentores, amigos ou grupos de apoio pode fornecer novas perspectivas e encorajamento para lidar com situações desafiadoras. 

5. Ação consciente – Em vez de permitir que o medo paralise, utilizá-lo como um guia estratégico pode transformar receios em impulsos para a ação planejada e assertiva. 

Compreender o medo e aprender a administrá-lo permite não apenas evitar suas armadilhas, mas também utilizá-lo como um aliado no desenvolvimento pessoal e profissional. O medo pode ser um obstáculo ou um professor valioso. A forma como lidamos com ele determina se nos manteremos estagnados ou se avançarmos rumo ao crescimento e à realização.

“Decidir Ser o Melhor Que Você É no Cotidiano”

Quantas vezes você já deixou de ser quem realmente é para atender expectativas alheias? Desde cedo, aprenda a nos moldar para sermos aceitos, seja na família, no trabalho ou nos círculos sociais. Mas viver tentando corresponder a um padrão que não nos representa pode ser desgastante e, em muitos casos, frustrante.

Ser a melhor versão de si mesmo não significa buscar uma perfeição inatingível, mas sim agir com suavidade e integridade, respeitando sua essência e seus valores. No dia a dia, isso pode se manifestar em pequenas decisões: expressar sua opinião de forma honesta, estabelecer limites saudáveis, dizer “não” quando necessário ou simplesmente parar de se comparar com os outros.

A neurociência mostra que vivemos em dissonância com quem realmente somos gera um impacto negativo no nosso bem-estar emocional e físico. O estresse de tentar se encaixar em todo o custo pode levar à ansiedade, à perda de autoestima e até a problemas de saúde. Por outro lado, quando decidimos viver nossa verdade, experimentamos um profundo rompimento emocional, maior claramente nas escolhas e uma conexão mais autêntica com as pessoas ao nosso redor.

No fim das contas, decida ser o melhor que você não se trata apenas de se afirmar, mas de encontrar um equilíbrio entre sua essência e o mundo à sua volta. Quando você para de buscar validação externa e começa a agir com casualidades, descobre que a verdadeira acessibilidade não vem dos outros – vem de dentro. E essa é a maior liberdade que podemos conquistar.

Perder-se de Si Mesmo no Cotidiano: Uma Reflexão Necessária

No ritmo frenético do dia a dia, é fácil se perder de si mesmo. Entre compromissos, prazos e responsabilidades, muitas vezes nos distanciamos do que realmente somos e do que nos move. Essa desconexão não ocorre de repente; ela é resultado de pequenos descuidos diários, como ignorar nossas emoções, negligenciar nossos valores ou priorizar constantemente as demandas externas em detrimento das nossas próprias necessidades. Sem perceber, podemos nos encontrar em um ciclo de automatismo, onde fazemos muito, mas sentimos pouco.

Uma das principais causas dessa perda de conexão é a sobrecarga de estímulos e expectativas. Vivemos em um mundo que valoriza a produtividade incessante e a constante comparação, especialmente nas redes sociais. Somos levados a acreditar que só seremos dignos de reconhecimento se estivermos sempre ocupados ou atendendo aos padrões alheios. Nesse processo, muitas vezes abandonamos hobbies, relacionamentos significativos e até mesmo momentos de descanso, que são fundamentais para nos reconectarmos com quem somos.

Os efeitos de se perder de si mesmo no cotidiano podem ser devastadores. Sensações de vazio, ansiedade, estresse e até doenças psicossomáticas são comuns entre aqueles que ignoram os sinais dessa desconexão. Relacionamentos também sofrem, pois nos tornamos menos presentes e disponíveis para aqueles que amamos. Aos poucos, a vida perde sua cor e sentido, transformando-se em uma rotina mecânica, desprovida de alegria e propósito.

Reconectar-se consigo mesmo requer intenção e pequenos passos diários. Reservar momentos para refletir, fazer perguntas como “O que me faz feliz?” ou “Minhas escolhas refletem quem eu sou?” pode ser transformador. Redescobrir atividades prazerosas, desconectar-se de telas, valorizar conversas genuínas e abraçar pausas são formas de realinhar nossa essência com nossas ações. Afinal, viver de forma autêntica não significa escapar do cotidiano, mas encontrar, no meio dele, a oportunidade de ser quem realmente somos.

Quem Disse que Permissividade é Empatia?

Permissividade e empatia não são irmãs gêmeas. Confundi-las é um erro perigoso e, ainda assim, extremamente comum. Vivemos tempos onde dizer “sim” para tudo e todos é visto como sinônimo de bondade e compreensão. No entanto, o preço da permissividade é alto e silencioso. Ele destrói limites, corrói o respeito mútuo e perpetua comportamentos nocivos. Empatia, por outro lado, é a capacidade de compreender e respeitar os sentimentos do outro, sem abrir mão da nossa própria integridade. Permissividade pode parecer um ato de amor, mas muitas vezes é uma traição disfarçada — uma traição a nós mesmos e à verdade que o outro precisa ouvir.

Quando permitimos que os outros ultrapassem nossos limites ou evitem enfrentar suas próprias responsabilidades, não estamos sendo empáticos. Estamos sendo cúmplices de suas fraquezas e sabotagens. Empatia não significa dizer “sim” a tudo; significa dizer “não” quando necessário. Imagine um amigo que afunda em comportamentos autodestrutivos. Ser permissivo é encobrir os erros dele, fingir que está tudo bem. Empatia, porém, exige coragem para intervir, para apontar o que está errado e ajudá-lo a caminhar em direção à mudança. Quem disse que deixar passar é cuidar? Isso é abandonar, não apoiar.

A sociedade nos vende uma ideia perversa: o conflito é inimigo da harmonia. Mas a verdadeira harmonia só é possível quando há honestidade. Permissividade é o caminho da covardia, da busca por evitar desconfortos, mesmo quando o preço disso é o crescimento paralisado do outro. Empatia é, muitas vezes, desconfortável. Ela nos pede para entrar no caos do outro, mas sem perder de vista os nossos próprios valores. Ela exige que saibamos diferenciar o que é compaixão do que é conivência. E, acredite, essa diferença é colossal.

Permissividade alimenta o ego e enfraquece o caráter. Quando confundimos os dois conceitos, criamos um ciclo tóxico de relações onde ninguém se desenvolve de verdade. O permissivo é visto como um pilar confiável, mas no fundo ele é um muro prestes a ruir, porque permite que os alicerces das relações se fragilizem. A empatia, ao contrário, é firme como uma rocha. Ela é capaz de dizer: “Eu te vejo, eu me importo, mas eu não concordo.” Só com esse equilíbrio é possível construir laços sólidos e verdadeiros.

Então, pergunte-se: o que você tem sido? Alguém que abdica de si mesmo para manter uma falsa paz ou alguém que enfrenta a tempestade para cultivar crescimento mútuo? A permissividade pode parecer um atalho fácil, mas a empatia é o caminho que transforma. Não se deixe enganar. O respeito pelo outro, a consideração, o sentimento verdadeiro não diz “sim” para tudo, pelo contrário conhece o poder do “não”.

Escolhas e Decisões

Como Moldam Nosso Cotidiano

Escolhas: o que definem em nossa vida?
Escolher é uma ação que nos acompanha desde o momento em que acordamos: qual roupa vestir, o que tomar no café da manhã ou como organizar o dia. Embora algumas decisões pareçam triviais, elas revelam algo importante sobre nossas prioridades e desejos. Escolher é determinar uma preferência entre várias alternativas, seja a simplicidade de uma refeição ou a complexidade de uma mudança de carreira. Pequenas escolhas, acumuladas ao longo do tempo, moldam nossa trajetória de maneira poderosa.


Decisões: a concretização das escolhas
Enquanto as escolhas representam possibilidades, as decisões são o compromisso de agir. Decidir é transformar uma opção em realidade. Pense em uma visita ao supermercado: você escolhe comprar sabão em pó e decide por uma marca específica, talvez OMO, pela familiaridade ou tradição. No cotidiano, decisões são tomadas o tempo todo, algumas sem percebermos, mas todas têm consequências que afetam nossa vida e a daqueles ao nosso redor.


O que a neurociência nos ensina sobre escolhas?
Do ponto de vista das neurociências, cada decisão envolve diferentes áreas do cérebro. O córtex pré-frontal nos ajuda a analisar os prós e contras, enquanto a amígdala, ligada às emoções, pode influenciar escolhas baseadas em medo ou prazer. Já percebeu como é mais difícil decidir quando estamos ansiosos ou com medo? Isso acontece porque nosso cérebro está antecipando riscos e tentando nos proteger. O interessante é que a dopamina, neurotransmissor associado ao prazer, também participa desse processo, influenciando nossas decisões em busca de recompensas.


Os desafios de decidir no dia a dia
Mesmo nas menores decisões, enfrentamos desafios como pressão do tempo, falta de informações ou medo de errar. Quantas vezes adiamos uma escolha por medo das consequências? A procrastinação é uma forma de fuga, assim como o medo do fracasso nos paralisa. No entanto, ao refletir sobre essas dificuldades, percebemos que decisões não precisam ser perfeitas, mas sim alinhadas aos nossos valores e objetivos. O mais importante é agir, aprendendo com os acertos e erros.


Como avaliar se fizemos boas escolhas?
Avaliar uma decisão não se limita apenas ao resultado imediato. É preciso considerar se ela está alinhada com nossos valores e objetivos de longo prazo. Ferramentas como autoconhecimento e reflexão nos ajudam a entender melhor nossos processos decisórios. Buscar feedback de pessoas em quem confiamos também pode trazer novas perspectivas. Uma leitura enriquecedora sobre o tema é o livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar” de Daniel Kahneman, que explica como nosso cérebro alterna entre decisões rápidas e instintivas e decisões mais lentas e racionais.

No fim das contas, escolhas e decisões são parte inevitável da vida. O segredo está em acolhê-las com coragem, aprender com os erros, como disse a @claudia.mara.585559 na Live Libercon de hoje (30/11/2024), aprender com as consequências, fruto das nossas decisões e seguir em frente, lembrando que cada decisão, por menor que seja, contribui para a construção do nosso caminho.