V DIA – quinta – Diário – Estágio aos 50

Ao lado, uma Biblioteca sensacional.
Ao lado, uma Biblioteca sensacional.
V DIA – QUINTA
Uma rainha…a despertar. Apesar de nublado as 7hs olhei ao redor. A companheira goiana dormia. Esforcei-me para não fazer ruídos. É muito ruim assustar com barulhos enquanto se dorme.
Peguei note, caderno e demais acessórios e determinada iniciei as pendências ainda do Brasil para resolver.
Foram exatas 6 horas e 30 minutos de imersão total, sem uma palavra, uma caminhada, uma mastigada. Agora uma e meia da tarde aqui e nove da manhã aí é que colocarei minha linda face diante da rua, claro depois que tratar da higiene matinal ou tardal como queiram.
Aproveitarei o dia de hoje para almoçar de verdade. As 14hs inicia o horário de almoço. Tenho 30 minutos para me organizar e sair.
Destino após o almoço: Universidade para um alô e conhecer a Biblioteca Nacional.
Rsrsrsrsrsrs…Após uma almoço tri sensacional (sopa de legumes, pão – vocês já sabem o tipo, massa escura, deliciosa, sem fermento, uma caneca de tônica e para completar uma toranja)…quase uma sucuri hibernando, serpenteando atravessei o parque e lá me fui ao gabinete da Universidade. Chegando lá encontro a portuguesa Marina, pessoa simpática, sorridente que ama as cocadas brasileiras, a Luciana com coque estiloso, elegante e a luminosa Katielle, pernambucana, chegada do Brasil ainda antes d’ontem. Sorridente, abraçou-me com abraço nordestino, daqueles que agarra, acolhe e aperta, verificando a força da pessoa de amar, se entregar e se alegrar com ações receptivas e produtivas. Eita que fui lá na Bahia pescar a parte que me cabe e daí para tarde preferi permanecer até as 6 e meia da tarde, trabalhando com as colegas, entre um hum hum, teclado de quatro computadores, sorrisos, paçocas e bolo de rolo vulgo rocambole na região sudeste.
Um convite inusitado do simpático professor que aqui Supervisiona minha atividades: ir até Barcelona com esse grupo assistir aos trabalhos que serão apresentados. Investigando ainda a possibilidade financeira de ir. Tenho que arcar com deslocamento e alojamento. Comer não precisa. Tenho reservas. Ainda não desisti. De avião sei que não vou.
Amanhã (sexta) representarei o Instituto de Geografia do Território da Universidade de Lisboa) no Seminário da RID. Depois conto o que aconteceu e o que é RID.
Quando dei por mim já tinha perdido a hora da Biblioteca e num repente perguntei aonde encontrava cinema e se estava levando a Menina que roubava livros. Marina gentil corrigiu: A rapariga que roubava livros. Sorri e assenti. Ela orientou-me a ir de Métro com ênfase no Mé. Lá fui eu estações Saldanha e San Sebastian. Caí dentro do El Corte Inglês, Shopping dos mais abastados de Lisboa. Falei com Karina que ela não me venderia o valor de estudante, por ter deixado minha carteira brasileira na Residência. Ela sorriu e cobrou valor estudante. E me dei conta como é bom viver em um lugar que nossa palavra vale e as pessoas não partem da média geral de que as pessoas mentem.
Corri, comprei uma pipoca clássica (7,50 euros) R$25,50. Que absurdo!!!! Se tivesse feito a conta não compraria…Saiu caro esse cinema. O próximo será sem pipoca. O ticket do cinema foi R$19,04. Menos mal. Tudo muito confortável e limpo. Sai de lá as 22hs. Fui ao supermercado comprei 5 litros de água, 150 gr de queijo flamenco e 460 gr de pão de forma por 2,98 euros – R$10,13. Isto já não foi caro!
O filme dispensa qualquer comentário. Recomendo sem dúvidas na alma.
Fiz o caminho de volta com a bolsa de 5 lt de água, senti falta de ar na estação Saldanha. Parei para recuperar o folego de 50. Lembrei o rosto alegre da minha filha e reanimada mas devagar, cheguei às 23:45 em casa. Guardei as compras no armário e sentei na sala de TV a comer uma toranja, conversando com Edson, outro angolano que faz Economia aqui na Universidade Lusófona. Ele relata da qualidade e bondade dos professores brasileiros que conheceu, o quão a turma jovem daqui apura pouco para os estudos e como ele gosta de feijão.
Passava de meia noite, segui para meu quarto, despedindo-me do Edson e prometendo no sábado ou domingo fazer um feijão especial para a galera da residência, desde que comprem os mantimentos, óbvio. Ainda consegui conversar com meu grande parceiro de vida, meu marido que de longe apoia e anima a consecução dos meus sonhos.

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