São quase 11 horas de 03 julho 2020

Repito, são quase 11 horas, do dia 3 de julho de 2020. A pandemia na pessoa da quarentena evidencia e marca um tempo que para alguns passa muito lentamente, para outros não passa e ainda, para outros tantos o tempo castiga os anseios e desejos sem passar. O que ocorre com a humanidade e com os humanos, tão desencontrados de si mesmo e do conforto do tempo previsível? Um tempo que indicava a hora de despertar, levantar, fazer higiene, se alimentar, ir para o mundo matar um leão (metaforicamente).
Esse é um tempo que findou. Já não existe, tampouco existirá! Agora, vamos ao que será o novo “normal”. Existiremos como filmes vistos na década de 1990, como por exemplo, Matrix, onde o jovem se assusta com a condição de ser conectado a cabos, o que o leva a perceber a realidade paralela e virtual. Onde existiremos agora? Seria virtualmente? Nosso corpo sofrerá o impacto, atrofiando-se? Precisaremos de mais fisioterapeutas, nutrólogos, nutricionistas, psicólogos, educadores físico, massoterapeutas, osteopatas para evitarmos a forma “caixa” de ser, quadrada, rija e fixa? Correremos por florestas conectadas em nosso cérebro ou mesmo nos óculos realidade virtual que nos permitirá atravessar o deserto de Atacama sem transpirar uma gota sequer ou caminhar pelas praias das Maldivas?
Nossas famílias, adotarão a rotina das refeições de fim de semana, usando comida 3D, desafiando odores e sabores (amo essas palavras) e mandando entregar os pratos sem contato físico? As amizades clamarão pelo telefone fixo (1876) e repetirão o ritual de andar pela casa conectados pelos cabos espiralados tão desconfortáveis; os amores terão chance de “ficarem” virtualmente. Será que a condição “ficante” vingará virtualmente, ou as pessoas retomarão ao idílio de se conhecerem mais e melhor, antes do toque, da naturalização do casual, raso e superficial. Do quantitativo, depreciando o qualitativo?
E os trabalhadores formais que se aglomeram em transportes precários dia após dia, expondo-se a riscos e desconforto, que podemos considerar sobre-humano? Como faremos para transformar e reorganizar a sociedade de analógica, para digital? E como paramentar adequadamente uma população de quase 209 milhões de habitantes (perspectiva IBGE)?
Não se vê uma fácil empreitada do COVID-19 para adiante…não mesmo. As autoridades governamentais, precisarão se esforçar muito para pensar fora da caixa do colonialismo, se desonerarem dos séculos do jugo sobre o povo e desapegar da política do auto beneficiamento. Ao invés de 40 milhões depositados em contas na Suiça. Esse é um tempo que precisa ser extinto, o tempo das vacas mirradas para o povo que constrói com seu suor, trabalho o Brasil.
Nosso desafio agora é proporcionar aprendizagem para o novo “normal” que precisará contar com pessoas que desejam aprender, se responsabilizar e gerenciar as consequências, enfim sair da alienação do “deixa a vida me levar”, fragmento de música, cujo ritmo é (até) agradável, porém quando aplicado à vida, torna-se um abalo sísmico, como o que aconteceu, segundo meteorologistas, no Espírito Santo hoje.
Pois então, é isso! Nos vemos em beve…virtualmente, é claro!

Deixe um comentário