Esta semana promete. Tem resumos para Congressos por aqui, tem atividades e a leitura que não posso sair do plano de 37 a 40 páginas dias para ler tudo que tenho que ler sem contar o que vai surgindo.
Agenda repleta de segunda a sexta. Vamos viver. Anoto atividades principais e deixo espaços para o que for surgindo. Preciso nesses casos exercitar a prática da priorização, relação custo benefício.
Bem a segunda começa acelerado. Alcanço o capítulo III do livro e comemoro, pois o entendimento é imediato. Sem retornos, sem me sentir pamonha. Esse tipo de construção textual até preserva a auto-estima.
Almoço na residência para economizar mesmo, além do que o feijão que fiz está delicioso. Faço uma paragem no gabinete rápida mas as 17hs vou para o Seminário de Historiografia do Porf. Temístocles Cezar (UFRGS). Ele chega tranquilo, escreve um texto de Machado de Assis (1902) e inicia sua explanação sentado, calmo, lendo, saboreando cada palavra compartilhada conosco. Finalizamos às 20hs pela riqueza dos debates. Nos dias 29 e 30 terei todo o tempo para beber dessa fonte, pois o Seminário Res- pública e Historiografia promete.
Eu e minha co-orientadora articulamos entre idas e vindas um Resumo par participar de um Congresso aqui em Novembro. Trabalhando com afinco, mas procurando saber o porque das coisas em todos os passos.
Terça ensolarada, o dia promete ser quente (29º). Quanto mais quente o dia mais gelada a noite. Me dirijo a Biblioteca Nacional e a abertura do seminário ocorre 9:45 min com o Prof.Christopher Charle, da Sorbonne – Paris. Ele apresenta slides sem imagens, efeitos, tranquilo discorre sobre o tema Historiografia na França e fico contente pois consigo quando não entender literalmente as palavras, compreendo o contexto. E viva meus professores do Centro Línguas Ufes (Marcôs, Diego e Bartira). Dia 02 a prova é definitiva, Paris me aguarde.
O dia transcorre esplendidamente, com o que li do livro Escolas da História consigo me situar sobre o que vão falando cada um dos Professores e debatedores. Sensacional!
Observo sorrisos e tensões quando se fala de um ou outro autor sacralizado com suas teorias encasteladas e consigo perceber. Isso que me deixa plena.
No intervalo da tarde para almoço (15h) permaneço ao lado do auditório e venço mais dois capítulos do livro. Quero terminar antes de ir para Barcelona ao Congresso de Geocrítica.
A parte da tarde promete…começa com Prof Diego Ramada Curta que fala do Brasil, de Gilberto Freyre, expressando seu saber e convicções de forma contundente. Começa dizendo que se sente esmagado por tanta formalidade. E aí segue seu tema apaixonadamente, diria.
A tarde ocorre uma sucessão de Professores com sangue, energia e cor. O último Fernando Cartroga me deixa boquiaberta a forma como transita no tempo, falando do tempo histórico e postulado sobre o tempo presente. Uma loucura de bom.
Saio dali contente pois vi, ouvi e tive exatamente o que esperava. Prof Jorge oferece boleia (carona) e o acompanho na breve distância que separa a Biblioteca Nacional da residência.
Animada entro em casa. Desfruto de um maravilhoso banho e por fim falo com minha família. Primeiro Bene e depois Paula com quem converso até 2 da manhã (no Brasil 23hs). Desconecto o skype mas não consigo desconectar-me. Olho para o teto, vou até a janela, contemplo a rua silenciosa que ora ou outra um carro ensurdece, e nada do sono. E aí que sinto um aperto no coração, um sentimento de despedida, de ponto final…o coração dispara. Fico quieta repassando os dias, as semanas, o mês que hoje completa e vagueio no pensar. Indagações surgem na minha mente mas não quero muito dar ouvidos. Será que estou me despedindo, alma inquieta, teclo uma mensagem para Bene no zap zap. As luzes ainda tímidas rompem na alvorada, 4 e 15 da madrugada, deito e enfim consigo dormir.
As 9 salto da cama, tomo um banho para terminar de acordar, mas ao contrário do que penso não tenho o corpo nem a mente cansada. Penso que a adrenalina do dia impossibilitou o descanso antes das 4.
O primeiro palestrante precisou enterrar um parente e não compareceu. Ficamos com o horário folgado e assisti a três apresentações bem interessantes, sobretudo a do Prof. Sérgio.
Almoço com o pessoal do gabinete e sigo para o IGOT. Hoje teremos três seminários: Metodologia em Geografia Histórica – Cartografia com o Professor Francisco que fala mais rápido que um furacão; Sobre segregação habitacional e Habitação, Políticas e Experiências (Zonas Especiais de Interesse Social- ZEIS da Kati).
Assisti a todos, fiz anotações inúmeras e no feriado processo as informações. Hoje também encaminharei o Resumo para o congresso que já está na 9ª revisão, uma análise e uma matéria para Tribuna (Márcia e Dayane). Gosto quando há demanda no Jornal, assim treino cada vez mais minha escrita.
Foi uma semana, até aqui, corrida, mas superprodutiva. Agora deixá-los-ei para avançar mais um capítulo.