Preservar a Criança Interna: A Base de um Adulto Saudável

Ontem, domingo, celebrou-se o dia da criança e fiquei me perguntando??? Celebrar o que por Dios? Crianças serem acolhidas, orientadas e mesmo instruídas por adultos “perdidos na floresta da vida, comendo doces compulsivamente na casa de uma megera que os ameaçam aprisionar ou em luta para manter a jovialidade e juventude da qual não querem se despedir de forma alguma, se esquivando da vida adulta?

A infância é o terreno fértil onde as sementes da vida adulta são plantadas. Como alguém planta, se não possui as sementes? Na infância quando bem instruídos e com referências plausíveis aprendemos a confiar, a nos expressar, a sonhar e a experimentar o mundo com curiosidade. Quando essa fase é vivida com afeto, segurança e liberdade, cria-se uma base sólida que sustenta a saúde emocional da criança, nosso futuro adulto. Mas, quando marcada por ausência, crítica excessiva ou violência, deixa marcas profundas que podem limitar escolhas e relações no futuro.

Preservar a criança interna, mesmo na vida adulta, é um gesto de auto cuidado. Não se trata de voltar ao passado, mas de manter vivo o que há de mais genuíno em nós: a capacidade de brincar, se encantar e sentir. É dar espaço à espontaneidade que nos lembra que viver não é apenas cumprir tarefas, mas também se permitir alegria e autenticidade.

A psicologia humanista defende que o desenvolvimento saudável acontece quando conseguimos integrar (Carl Gustav Jung) todas as partes de nós, inclusive a criança que fomos. Já a neurociência, área que a cada dia nutro mais afeição, embora não tenha domínio ainda, mostra que adultos que cultivam momentos lúdicos reduzem os níveis de estresse e aumentam sua resiliência diante dos desafios. Textualmente, a Bíblia nos recorda que “se não vos tornardes como crianças”, perderemos a essência da confiança e da simplicidade que dão sentido à vida.

Por isso, preservar a criança interna é também um compromisso com a saúde mental. É reconhecer que o adulto equilibrado nasce de uma infância bem cuidada, mas também de um adulto que escolhe resgatar sua leveza, mesmo quando o passado não foi perfeito (opssss, não foi suficientemente bom no dizer de Winnicott). Cada gesto de cuidado, cada riso espontâneo e cada momento de brincar são formas de nutrir a saúde integral.

O pediatra e psicanalista Donald Winnicott já dizia que uma infância vivida em um ambiente “suficientemente bom” oferece condições para que o adulto cresça equilibrado, criativo e capaz de se relacionar com o mundo de forma saudável. Para os pais que desejam aprofundar esse olhar, a leitura do livro “A Criança e o Seu Mundo” é uma recomendação valiosa, pois ajuda a compreender como as experiências infantis influenciam diretamente a vida adulta.

Dia das Crianças, foi e continuará sendo um convite bem simples: olhe para dentro e permita-se reencontrar a criança que habita em você. Ela é a guardiã da sua criatividade, da sua esperança e da capacidade de se emocionar. Afinal, cuidar da criança interna é garantir que o adulto de hoje permaneça humano, sensível e cheio de vida.

Tenham uma ótima semana 13 a 19/10/2025!

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