A chuva continua presente. Hoje ocorre a VI Conferência do IGOT que comemora 40 anos com o Tema provocativo Liberdade, Democracia e Coesão Sócio Territorial. Como é de praxe aqui na Universidade veio personalidades de todas as partes. Um em particular chamou minha atenção PhD Dr. Antoaine Bailly de Genebra. Uma sumidade!
As atividades encerraram após as 18h e saindo ouvi um canto e som de violino. Desloquei-me no extenso edifício buscando de onde vinha o som. Chegando bem perto vi duas chinesas e cadernos de programa falando de Expressão de Artes da Escola Técnica de Macau. Ganhei um pen drive de porcelana delicadíssimo e adentrei ao imenso anfiteatro. O som me acolheu de todas as formas e passei uma hora da minha vida inebriada com a beleza, delicadeza e talento. Silenciosos, disciplinados, dóceis e absurdamente competentes: canto, música, pintura, declamação, luta Kung Fu, enfim. Foi um fim de noite mais que merecida. Como diz minha tia Luiza, nasci para isso!!! Consegui apenas gravar um pequeno trecho do violino….
Toda a manhã de sexta passei mal de dores no estomago. Intervi com medicamento e preparei minha saída para no máximo 12h. Fui até a Faculdade de Psicologia participar de um experimento no Laboratório da organizacional saindo de lá direto para o BB (aqui temos uma agência na Marques de Abrantes).Conclui a operação e retornei à Faculdade para participar como ouvinte do Workshop Doutoral – um espaço para doutorandos apresentarem suas pesquisas e encaminhamentos junto aos colegas. Um grupo significativo de professores e comentadores contribuem sobremaneira para a melhoria dos trabalhos apresentados. No fim do encontro eu mestranda e Luciana doutoranda comemoramos os trabalhos, o avanço dos colegas e a missão mais que cumprida desse dia, afinal eu fui privilegiada por beber do conhecimento dos colegas que estão em uma caminhada mais complexa nesse momento.
Sábado compro passagem para Porto e vejo o que falta, organizo agenda para a última semana arranjos enfim. A tarde aproveito que estou no Shopping Vasco da Gama e assisto Grace de Mônaco, Nicole Kidman impecável. Retorno para casa. Tomo um banho para poder descansar. Adormeço lendo Doze lições sobre a História.
Domingo, seis da manhã sigo para a Estação Oriente onde saem os comboios. As 7 e 9 pontualmente o comboio Alfa pendular parte para Porto. Lá eu e Marcela Camporez certamente além de conhecermos a cidade nos divertiremos.
Chego em Porto e sigo direto para o aeroporto surpreender a Marcela. Temo chegar depois que ela sair, mas ao chegar após o percurso de 30 minutos no metro de imediato vejo a Marcela. Passamos no OportoCity Hostel (uma gracinha), deixamos as bolsas e no mapa planejamos o que precisávamos fazer imediatamente. Saímos a caminhar pelas pontos que marcamos.
O encantamento acontecia a cada visita. A história, os fatos escondidos e demonstrados em cada cerâmica, construção, placa nos envolvia mais e mais. Subimos, descemos, passamos por ruelas, apreciamos varandas, almoçamos e as 3 h nos dirigimos ao ponto de encontro de visita guiada (walked guide). Cristian luso da cidade onde se produz o vinho Casal Garcia no seu inglês fluente nos guiou por 3 horas de muito entusiasmo. Contava histórias, dramatizava, mudava a entonação da voz, alegre todo o tempo e atencioso para com os seus seguidores (Lituânia, Inglaterra, Canadá, Polônia, Brasil (ES, BH), EUA 15 a 17 pessoas presentes.
Depois eu e Marcela caminhamos mais duas horas para ver o por do sol do farol frente ao encontro do rio com o mar. Nosso jantar foi em um restaurante beira rio devidamente aquecidas por mantas. Retornamos ao Hostel passava das 22hs. Banho, cama e desmaio.
Na segunda super animadas fomos duas vezes à Livraria Lello, que inspirou a autora do Hary Porter nos cenários do filme, Mercado Bolhão e de tudo que vi enlouqueci com os livros. Se pudesse comprava muitos. Atravessamos caminhando os dois níveis da ponte onde circula o metro, fomos ao teleférico, na degustação de vinhos, em todo o litoral, passamos pelo palácio dos queijos, até o ponto final do autocarro 500 e voltamos. Fechamos nossas incursões com um delicioso lanche na Majestic, confeitaria de 1921, similar a nossa Colombo no Rio de Janeiro.
A companhia da Marcela é perfeita: alegre, organizada e muito disposta. Despedimos-nos na Estação Trindade. Ela para o aeroporto rumo a Madrid e eu Estação de Comboios Campanha retornando Lisboa. Consigo antecipar meu horário, chego mais cedo e repito o ritual: banho seguido de um inenarrável desmaio na cama.