Inaugurei meus 61 anos dia 05/09 e não tem como silenciar diante de fase tão vistosa da vida. A fase idosa é um período de profundas transformações no cotidiano das pessoas, marcada por reflexões sobre a trajetória de vida, a revisão de prioridades e, frequentemente, pela adaptação a novas realidades. Com o aumento da longevidade, essa fase pode durar várias décadas, sendo crucial encará-la com flexibilidade e abertura para mudanças. Adotar um comportamento mais flexível na fase idosa traz inúmeras vantagens, como a capacidade de enfrentar os desafios com maior resiliência, manter relações sociais mais saudáveis e desfrutar de novas oportunidades que surgem mesmo após os 60 anos. Flexibilidade é, portanto, uma habilidade valiosa que pode melhorar significativamente a qualidade de vida nessa etapa.
Somos frequentemente sequestrados pela “velhice” de forma menos propositiva quando nos deixamos levar por estereótipos negativos sobre o envelhecimento, como a ideia de que essa fase é inevitavelmente associada a perdas, declínios e limitações. O medo de mudanças, a resistência em adotar novas tecnologias ou a falta de incentivo para aprender coisas novas podem contribuir para um envelhecimento menos saudável e mais passivo. Além disso, aspectos culturais e sociais que valorizam excessivamente a juventude e desvalorizam a experiência dos mais velhos podem reforçar a sensação de inutilidade ou obsolescência. É essencial romper com esses padrões, adotando uma abordagem proativa e positiva em relação ao envelhecimento.
Exemplos inspiradores de pessoas que iniciaram uma vida produtiva após os 60 anos mostram que é possível viver essa fase com propósito e vigor. No Brasil, um exemplo marcante é de dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, que se tornou uma figura pública admirada e ativa na cultura baiana em sua velhice. Internacionalmente, o artista japonês Yayoi Kusama continuou a criar e inovar em suas obras bem depois dos 60 anos, consolidando-se como uma das artistas contemporâneas mais influentes do mundo. A escritora britânica Diana Athill começou a publicar livros e ganhar prêmios literários depois dos 80 anos, provando que a fase idosa pode ser altamente produtiva e gratificante.
Para desfrutar de uma fase idosa agradável e propositiva, é importante adotar comportamentos que favoreçam o bem-estar e a qualidade de vida. Aqui estão cinco dicas para ajudar nesse processo:
1. Cultivar a Aprendizagem Contínua: Nunca é tarde para aprender algo novo, seja um hobby, uma língua ou uma habilidade. Isso mantém o cérebro ativo e a mente aberta para novas experiências.
2. Manter-se Socialmente Ativo: Participar de grupos, clubes ou atividades comunitárias ajuda a evitar o isolamento social e promove conexões significativas que são vitais para a saúde mental e emocional.
3. Cuidar da Saúde Física: Manter uma rotina de exercícios adaptados à condição física e uma alimentação balanceada são fundamentais para preservar a mobilidade e a independência.
4. Praticar a Flexibilidade Mental: Encarar mudanças com otimismo, seja nas tecnologias, nas relações ou nas rotinas, ajuda a enfrentar as transições com mais leveza e menos resistência.
5. Estabelecer Propósitos: Definir novos objetivos e metas, sejam eles relacionados a projetos pessoais, viagens ou contribuições sociais, mantém o senso de propósito e a motivação para seguir em frente.
A fase idosa é um momento precioso na vida, repleto de oportunidades para revisitar sonhos, fortalecer relações e, acima de tudo, viver com plenitude. Com uma abordagem consciente e propositiva, é possível não apenas prolongar a vida, mas garantir que cada dia seja vivido com propósito, dignidade e alegria. A chave está na disposição para se adaptar, aprender e se reinventar continuamente, desafiando o mito de que o envelhecimento é sinônimo de estagnação. Afinal, o valor da vida está em como escolhemos vivê-la, independentemente da idade.