“E se?” pode facilmente se transformar em uma armadilha que nos impede de viver plenamente.

Quantas vezes você já se pegou pensando: “E se eu tivesse escolhido outra carreira? E se eu tivesse me mudado para outra cidade? E se eu tivesse dito sim ao convite daquela pessoa?” Esse tipo de questionamento pode parecer inofensivo à primeira vista, mas quando se torna recorrente, pode gerar arrependimentos e uma insatisfação constante com o presente.

A expressão “E se?” é um pensamento que acompanha muitos de nós diariamente. Desde os pequenos dilemas até as grandes decisões da vida, essa pergunta surge como um reflexo natural do nosso desejo de prever o futuro e evitar erros. “E se eu escolher o caminho errado?”, “E se eu não for bom o suficiente?”, “E se as coisas não saírem como planejado?” — esses questionamentos nos levam a viver constantemente no território da dúvida, tornando-se barreiras invisíveis que nos impedem de agir e aproveitar as oportunidades que surgem.

Considere, por exemplo, uma pessoa que deseja mudar de emprego porque não está satisfeita onde está. Apesar da vontade de buscar algo melhor, ela se pergunta: “E se o novo emprego não for tão bom quanto parece?”, “E se eu não me adaptar à nova equipe?” ou “E se eu não der conta das novas responsabilidades?”. Esse tipo de pensamento é comum e até natural, mas quando se torna predominante, pode levar à estagnação. Ao invés de buscar uma mudança que poderia trazer mais satisfação e crescimento, a pessoa continua presa em uma situação que a frustra, simplesmente por medo do que poderia dar errado.

O “E se?” também aparece em situações mais cotidianas, como decidir iniciar um novo hobby, conhecer novas pessoas ou até mesmo na hora de expressar sentimentos. Imagine alguém que deseja iniciar uma atividade física, mas fica preso no “E se eu não conseguir acompanhar o ritmo?”, “E se eu parecer ridículo tentando algo novo?”. Esse tipo de pensamento pode facilmente se transformar em uma desculpa para não começar nada. A verdade é que, ao nos deixarmos dominar pelo medo das possibilidades negativas, estamos fechando as portas para experiências que poderiam enriquecer nossas vidas de formas inesperadas.

Para quem se vê frequentemente dominado pelo “E se?” e sente que isso tem limitado suas ações, recomendo a leitura de “A Coragem de Não Agradar” de Ichiro Kishimi e Fumitake Koga. Este livro aborda como o medo de errar e a preocupação excessiva com o que pode dar errado nos impede de viver uma vida plena e autêntica. Ele oferece uma perspectiva libertadora sobre como superar essas barreiras mentais e adotar uma postura mais proativa e corajosa diante das incertezas. Ao entender que o “E se?” não precisa ser uma sentença de imobilidade, podemos começar a ver as possibilidades como oportunidades de crescimento, ao invés de ameaças ao nosso conforto.

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