Nesse período as Escolas e Universidades entram em período de férias da Páscoa. São 08 dias para produzir muita coisa mesmo. Para ficar só comigo e repensar mais uma vez muitas coisas.
Tenho lá no fundo a expectativa de que alguém me convide para algo, mas é somente expectativa. Vamos ver como discorre a semana.
Segunda, Sol brilhante. Acordo disposta e me posiciono na mesa de estudos para continuar a batalha: retomo a leitura do livro de Teoria da História que me pego voltando páginas para melhor reter a informação e fico na dúvida se é isso mesmo ou se meus neurônios estão pedindo arrego, cansados, míopes e com falta de ar. Imagino a cena e dano a rir das minhas esquisitices mentais. Rsrsrsrs
Reviso mais uma vez o I capítulo e chego à conclusão que está uma porcaria. Vou repassar, melhorando quase tudo e depois novo momento de crucificar texto impiedosamente. Não, não se escandalizem, apenas me inspiro no tema da semana.
Saí do quarto para cozinha. Hora de preparar o almoço. Lá chegando encontro Jack uma jovem angolana muito bonita e grandona que aniversaria hoje. Completa 21 anos. Ela tem uma história de vida bem interessante e lembro-me da Paula, minha filha também grandona, (a partir do meu 1.53). Assim, me disponho a fazer um almoço especial para ela. Conversamos animadamente até às 16hs quando finalizei a arrumação do que havia usado, beijos, abraços, despedida.
Às 18hs terá a comemoração da Fundação (25 anos) e fomos convidados para assistir o evento com coquetel. As 18hs e 30 me dirijo ao auditório. Muitas pessoas bonitas, assim como eu, representantes da Câmara Municipal de Lisboa e alunos contemplados pela Fundação que identifica empresários para investirem em bolsas de estudo favorecendo o povo africano. É bem interessante como funciona. A parte que enoja é que por ser uma residência de uma Fundação com essa penalidade sofre preconceito por parte do povo europeu (assim me disseram) por ser “casa de negros”.
É um dado que me disseram, não confirmo pois não tenho dados que sustentem o que aponta o senso comum. No entanto, estranho, pois é uma residência, como já disse com instalações impecáveis, próxima a estação de metro e autocarros (ônibus), em frente a Universidade de Lisboa, além do valor ser bem atrativo 275 euros por mês. No entanto, cá temos somente 11 pessoas no total. Somos 3 brasileiras, 01 japonesa, 01 nigeriano, 06 angolanos. Imagina que a capacidade é para até 44 pessoas.
Esse “vazio” é um sintoma, concordam?
A festa transcorre bem. Converso com algumas pessoas e me despeço. Quando estou prestes a adentrar no meu canto, Jack chama meu nome e me convida para ir comer do bolo de aniversário que amigos trouxeram. Imagina eu esta magreza absoluta me negar? Óbvio que não. Fui cantei parabéns em português luso, em inglês e na forma angolana cantar.
Doce e dentes não combinam. Lembro de Dr. Josué e Dra. Pollyana periodontistas que visitam meus dentes de quando em quando e vou para o meu quarto pronta para a batalha com o fio dental e escova de dentes. E lá me distraio até a hora do sono.
Terça, Sol quente. Saio cedo. As 7 hs para poder me despedir do pessoal de Vitória. Eles partem as 9:30. Chego as 8, já se forma. Ainda fico esperando até as 9hs. Na volta para o metro, escuto duas brasileiras sorrindo e conversando no Café ao lado da venda de passes. Me aproximo e conheço a Carla e a Cris, 11 e 6 anos respectivamente no Brasil. Pergunto se querem voltar. Ambas sorriem e respondem, não voltar não. Aqui se tem segurança e vivemos com dignidade. Anoto o telefone delas. Cris me pede uma informação sobre médicos e me comprometo a pesquisar e e responder. Quero entrevista-las para a pesquisa de brasileiros em Portugal.
Próxima parada encontrar Melissa graduanda em História para irmos até o Restaurante de duas brasileiras que conheço desde 2000 em Vitoria em estão aqui.
Chegamos a Picoas, bairro perto do Saldanha e do Centro de Lisboa. Linha amarela do metro. Chego e faz-se a festa. Saudades repassadas, felicidade e paz. Almoço (hummm) carne seca com abóbora, arroz, feijão, picadinho de couve repolho. Para completar um pavê de bolo com creme de framboesa. Preciso caminhar e é o que faço. Pago o almoço, me despeço do povo pergunto a Melissa se apreciaria uma caminhada. Ela concorda e vamos andando até a Estação de Entrecampos. Seria como sair de Jardim da penha e ir até Bento Ferreira ao lado do CRA. Despeço-me da Melissa (os pais dela também trabalharam na AMIL/RJ) e retorno para o Centro de Lisboa. Vou até a elegante Estação Santa Apolônia saber quanto custa a passagem de trem para Madrid 97 euros ida e volta. Fica mais caro que de avião. Decido voltar caminhando e aí faço o retorno que dá o dobro da caminhada pois vou até a Praça da Figueira no Rossio. É longe mas depois de tantos doces não tenho outra opção.
Comprei uma roupinha de bebê para o chá que me convidaram, cartão postal e imãs para levar.
Cheguei em casa, limpei meu quarto, roupas na máquina e duas horas depois que estava estudando o Skype sinaliza uma mensagem. Pensei que fosse da minha família, mas nada era da Mônica me chamando para ver uma animação na Praça do Comércio. (tinha acabado de passar lá). Quando o relógio marcou 8:30 e num salto levantei. Decidi ir.
Estava bem frio. Fui de ônibus para ver a cidade. Cheguei as 9 e 5. Já tinha começado a projeção na parede do prédio onde está o Museu da Cerveja. Lindo mesmo! O filme com muitas crianças muito colorido marcava o início das comemorações pascualinas.
Dali a turma se animou (eu, Ana, Venceslau e Monica) e seguimos para Belém. A lua cheia iluminava as praças e monumentos. Uma coisa linda de se ver. Parei frente a uma rua que era um beco e fiquei olhando a linda foto que daria.
Voltamos já passava das 23hs. Eu e Ana seguimos juntas até Campo Grande aonde fiquei.
Quarta, Sol brilhante. Meu desjejum foi na companhia do Gilberto. Conversamos e voltei para meu palácio. Computador aberto, dedinhos saltam para cá e para lá programando pagamentos de boletos que não havia recebido. Baixei-os na internet e pronto.
Fiz muita anotações de Artigos que lia para preparar dois resumos para Congressos em Sevilha e em Lisboa para o segundo semestre. Acho que vou precisar estender minha licença sem remuneração na faculdade. Não dou conta de tantas coisas e mais a dissertação. Hoje vou aprender sobre paradigmas, correntes e autores. Leio, leio, leio…..
Uma pausa para bater papo com minha filha. Gargalhadas sem fim. Uma falta suprida pelas tecnologias Skype e Zap, Zap.
Construo o resumo e encaminho para minha co-orientadora. Ela e minha orientadora são um doce de pessoas. Atentas e presentes.
Parei para o almoço que preparei com carinho e desfrutei de um bom filme chamado Alta frequência. (www.terra.com.br/cinema/suspense/frequency.htm).
Vale a pena o tempo investido. O final é…..rsrsrsrrs….sem chance de contar. Vale apena ver a história.
Vou estudar e quando o sono chegar dormir e muito. A enxaqueca, velha conhecida desse período chamado tempo de mulheres, começa a se avizinhar. Preparo o Cefalium e o deixo a vista. Muita água e leitura