FOCO versus DISTRAÇÕES

Texto elaborador para o Jornal A TRIBUNA 11/2018 – Demandante: Kayque Fabiano – kayquenicolau@hotmail.com

Foco e distrações. Hoje mais que nunca, pensamos em uma forma eficaz de como mitigar esse problema. Na década de 1980 o Brasil, alguns de nós cidadãos tivemos acesso à possibilidade de acessarmos um volume significativo de informações e apenas na ponta dos nossos dedos.  A princípio, o encantamento sobreveio e hoje temos tantas direções, tantos estímulos, que perdemos o rumo.

Nas estradas, nos transportes, nos supermercados, feiras, pais passeando no calçadão com os filhos, o uso do celular  ilimitado, debilita e cria situações de altíssimo risco para nossa segurança e vida.

Sou professora e lamento quando vejo um graduando absorto no WhatsApp, Face ou outro canal de comunicação qualquer. Pontuo sempre em sala de aula que a Física deixa claro que: o corpo ocupa um espaço, um único espaço, portanto não temos como estar vivenciando duas, três experiências ao mesmo tempo. Dessa forma quando se está em sala de aula, estudando, depois de ter estabelecido um objetivo que é graduar; passear pelos inúmeros grupos que demandam cumprimentos, pequenos vídeos, últimas fofocas, notícias, me parece incongruente.

Pesquisas confirmaram que o hábito exacerbado de acessar redes sociais, torna-se vício sim.

Quando o sujeito não consegue gerenciar a contumaz vontade de passear pelas redes sociais e precisa estudar, a única saída e mais salutar é de fato desconectar-se, criar horários e, na minha visão, sobretudo, priorizar-se. Sim, isso mesmo, priorizar-se. Dar a si e aos seus objetivos importância, relevância e de novo FOCO, um aspecto, inclusive tratado na Psicologia Positiva, um movimento recente no âmbito da Psicologia que destaca e busca enfatizar os aspectos saudáveis do sujeito.

A sensação dos candidatos de estarem “perdendo alguma coisa” ou “por fora do que está acontecendo”, de fato é por previamente já se sentirem excluídos, acreditando que precisam se esforçar para serem vistos todo o tempo. Seguem o ditado do senso comum: “quem não é visto, não é lembrado”. Imaginem uma pessoa que se magoa por não ter recebido LIKES. Causa estranheza esta condição de afastamento de si mesmo, de fragilidade identitária e desprezo pela sua existência.

As tecnologias vieram para encurtar distâncias, facilitar acesso às tantas informações e possibilidades, mas de novo para que a utilizamos? Para nada. Tenho alunos que me perguntam coisas que, acessando o dicionário PRIBERAM conseguiriam descobrir, mas não. Os dedinhos não funcionam para tal trabalho hercúleo. Mas para saber onde vende o brinco que fulana da TV usa, aí é rápido como flash.

Penso que cabe a pessoa avaliar até que ponto consegue gerenciar, e se assumir sua fragilidade nesse sentido, a escolha é afastar o celular e estabelecer um período de tempo para dedicar totalmente aos estudos, visando sempre a construção da sua profissão ou condição profissional.

Para fazer GOL, precisamos nos livrar dos dribles e obstáculos que vem na nossa direção, assim é quando desejamos alcançar uma condição diferente da atual. Avante e adiante.

Ser escravo de qualquer que seja o “hábito excessivo”, nos distancia dos nossos mais importantes objetivos.